Ciclo da água

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O ciclo da água (ou ciclo hidrológico) descreve o movimento cíclico da água a medida que as moléculas fazem seu caminho da superfície da Terra para a atmosfera, e vice-versa. Esse sistema gigantesco, alimentado pela energia do sol, é uma troca contínua de umidade entre os oceanos, a atmosfera e a terra.[1]

No livro de Gênesis, lemos:

não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra. Gênesis 2:5-6

Com base nisso, alguns criacionistas afirmaram que não havia chuva antes do dilúvio. Em seu livro The Genesis Record, Henry Morris resume:

O ciclo hidrológico original era, portanto, drasticamente diferente daquele do dia de hoje. O presente ciclo, que começou na época do grande dilúvio, envolve movimentos de massa de ar globais e continentais, e as mudanças anuais e sazonais de temperatura. Ele está resumido bem cientificamente em passagens bíblicas como Eclesiastes 1:6-7, Isaías 55:10-11, Jó 28:24-26, Jó 36:26-29, Salmo 135:6-7, e outras.

Esse presente ciclo gira em torno da evaporação solar das águas dos oceanos, o transporte para os continentes na circulação atmosférica, a condensação e precipitação na forma de chuva e de neve, e o transporte de volta para os oceanos através de rios. No mundo original, no entanto, não havia precipitação sobre a terra. Como originalmente criado, o abastecimento diário de água da Terra vinha principalmente da evaporação e condensação locais. Havia também, como observado mais adiante, um sistema de rios de águas cristalinas.[2]

No entanto, como explica o ministério Answers in Genesis, em um de seus artigos sobre argumentos que os criacionistas não devem usar, Gênesis 2:5-6 mostra apenas que não havia chuva antes da criação do homem.

Dessa passagem, tudo o que pode realmente ser dito é que nenhuma chuva havia caído até esse tempo -- isto é, antes da criação do homem. Lembre-se, Gênesis 2 é primariamente uma recapitulação detalhada do Dia Seis da Semana da Criação. A passagem descreve o ambiente antes que Adão foi criado. Esse vapor pode ter sido um dos métodos primários que Deus usou para hidratar a terra seca que Ele criou no Dia Três. Além disso, enquanto esse vapor foi provavelmente a fonte de água para essa vegetação durante o restante da Semana da Criação, o texto não requer que ele seja a única fonte de água depois da criação de Adão.

Alguns argumentam que esse vapor eliminou a necessidade de chuvas até o tempo do Dilúvio. Porém, a presença do vapor antes da criação de Adão não impede a existência ou a necessidade de chuva depois que ele foi criado.

Gênesis 2:5-6 revela que antes do Sexto Dia da Semana da Criação, Deus regou as plantas que Ele fez com um vapor, mas não tinha feito chover ou criado um homem para lavrar o solo. Demandar, a partir dessa passagem, que não tinha acontecido chuva até depois do Dilúvio não tem mais apoio lógico do que afirmar, a partir da passagem, que ninguém cultivou até depois do Dilúvio.[3]

Alguns argumentam também que, por Deus ter usado o arco-íris como sinal da aliança com a humanidade e com todo ser vivente após o dilúvio (Gênesis 9:8-17), então foi apenas após o dilúvio que a terra teve nuvens e consequentemente chuva e arco-íris. Porém, é importante notar que muitas vezes Deus usa coisas que já existem dando um novo significado a elas.

O artigo do AiG comenta:

Atribuir significado especial a coisas familiares é comum na Escritura. Por exemplo, os israelitas certamente comeram cordeiro antes da primeira Páscoa e Jesus sem dúvida comeu pão com seus discípulos antes da primeira "ceia do Senhor", mas essas atividades adquiriram significado especial como símbolos da intervenção de Deus.[3]

Também deve-se considerar a ciência do ciclo da água. Sendo que o mundo pré-diluviano teria todas as condições para o presente ciclo, e as leis físicas não eram diferentes das atuais, podemos concluir que já havia chuva na terra de então.

Como o Creation Ministries International explica:

É difícil imaginar um ciclo hidrológico pré-diluviano sem nuvens e sem chuva, uma vez que o sol, mesmo naquela época, deve ter evaporado grandes volumes de águas da superfície que teriam que condensar de voltar em água líquida com o tempo. E gotas de água líquida formam nuvens, das quais obtemos a chuva.[4]

Processo

O sol impulsiona o ciclo da água, uma vez que aquece a água nos oceanos. Parte dela se evapora com o vapor para a atmosfera. Gelo e neve podem sublimar diretamente em vapor de água. As correntes de ar ascendentes levam o vapor para a atmosfera, juntamente com a água de evapotranspiração, que é água transpirada a partir de plantas e evaporada a partir do solo. O vapor sobe para a atmosfera, onde as temperaturas mais frias fazem com que ele se condense em nuvens.[5]

As correntes de ar movem as nuvens ao redor do globo, as partículas de nuvem colidem, crescem e caem do céu como chuva. Alguma precipitação cai como neve e pode acumular-se como calotas polares e geleiras, que podem armazenar água congelada durante milhares de anos. Blocos de neve em climas mais quentes muitas vezes descongelam e derretem quando a primavera chega, e a água derretida flui pela terra como neve derretida. A maior parte da precipitação cai de volta nos oceanos ou na terra, onde, devido à gravidade, a precipitação flui sobre o solo como escoamento superficial.[5]

Uma parte do escoamento entra nos rios em vales na paisagem, com a vazão de água se movendo em direção aos oceanos. O escoamento e a infiltração de água subterrânea se acumulam e são armazenados como água doce em lagos. Nem todo o escoamento flui em rios, porém. Muito dele penetra no solo como infiltração. Um pouco de água se infiltra profundamente no solo e reabastece os aqüíferos (subsolo saturado de rochas), que armazenam grandes quantidades de água doce por longos períodos de tempo. Algumas infiltrações permanecem perto da superfície da terra e podem infiltrar-se de volta em corpos de água de superfície (e do oceano) como descarga de águas subterrâneas, e um pouco de água do solo encontra aberturas na superfície da terra e surge como nascentes de água doce. Com o tempo, porém, toda essa água se mantém em movimento, alguma para reentrar novamente no oceano, onde o ciclo da água começa novamente.[5]

Estágios

Evaporação

A evaporação é o processo pelo qual a água muda a partir do líquido para gás ou vapor. A evaporação é a principal via pela qual a água se move do estado líquido de volta como vapor de água na atmosfera, no ciclo da água. Estudos demonstraram que os oceanos, mares, lagos e rios fornecem quase 90 por cento da umidade da atmosfera através da evaporação, com os 10 por cento restantes sendo contribuído pela transpiração das plantas.[5]

O calor (energia) é necessário para que ocorra a evaporação. A energia é usada para romper os laços que mantêm as moléculas de água em conjunto, razão pela qual a água se evapora facilmente no ponto de ebulição (212° F, 100° C) mas evapora muito mais lentamente ao ponto de congelamento. A evaporação líquida ocorre quando a taxa de evaporação excede a taxa de condensação. Um estado de saturação existe quando estas duas taxas de processos são iguais, em cujo ponto, a humidade relativa do ar é de 100 por cento. A condensação, o oposto da evaporação, ocorre quando o ar saturado é arrefecido abaixo do ponto de orvalho (a temperatura à qual o ar tem de ser arrefecido a uma pressão constante para se tornar totalmente saturado com água), tais como no exterior de um copo de gelo de água. Na verdade, o processo de evaporação remove o calor do ambiente, razão pela qual a água evaporando da pele esfria você.[5]

A evaporação a partir dos oceanos é o principal mecanismo de suporte da porção de superfície-a-atmosfera do ciclo da água. Afinal de contas, a grande área de superfície dos oceanos (mais de 70 por cento da superfície da Terra é coberta pelos oceanos) proporciona a oportunidade para ocorrer tal evaporação em grande escala. Em uma escala global, a quantidade de evaporação de água é aproximadamente a mesma que a quantidade de água entregue à Terra como precipitação. Isso, embora, varie geograficamente. A evaporação é mais prevalente sobre os oceanos do que a precipitação, enquanto que sobre a terra, a precipitação rotineiramente excede a evaporação. A maior parte da água que se evapora a partir dos oceanos cai de volta para os oceanos como precipitação. Apenas cerca de 10 por cento da água evaporada dos oceanos é transportada sobre a terra e cai como precipitação. Uma vez evaporada, uma molécula de água gasta cerca de 10 dias no ar. O processo de evaporação é tão grande que, sem escoamento da precipitação e descarga de aqüíferos, os oceanos se tornariam quase vazios.[5]

Condensação

A condensação é crucial para o ciclo da água, porque é responsável pela formação das nuvens. Essas nuvens podem produzir precipitação, que é a principal via para a água voltar à superfície da terra, dentro do ciclo da água.

Apesar de nuvens estarem ausentes em um céu claramente azul, ainda assim há água presente na forma de vapor e de gotas que são muito pequenas para serem vistas. Dependendo das condições meteorológicas, moléculas de água vão se combinar (condensar) e se tornar a forma líquida de água que podemos ver. Gotas de nuvens podem variar grandemente em tamanho, desde 10 micrômetros (milionésimos de metro) a 1 milímetro (mm), e podem chegar até mesmo a 5 mm. Esse processo ocorre nas partes mais altas do céu, onde o ar é mais frio e ocorre mais condensação em relação a evaporação. A medida que gotas de água se combinam umas com as outras e aumentam em tamanho, não apenas as nuvens se desenvolvem, como também pode ocorrer precipitação. Precipitação é essencialmente nuvem de água em sua forma líquida ou sólida caindo da base de uma nuvem.[5]

Precipitação

Precipitação é a água liberada das nuvens na forma de chuva, granizo ou neve. É a conexão primária no ciclo da água que fornece a distribuição de água atmosférica para a Terra. A maior parte da precipitação cai como chuva.

As nuvens flutuando acima contêm vapor e gotículas de água, que são pequenas gotas de água condensada. Essas gotas são muito pequenas para caírem como precipitação, mas são grandes o suficiente para formar nuvens visíveis. A água está continuamente evaporando e se condensando no céu. Se você olhar atentamente uma nuvem, pode ver algumas partes desaparecendo (evaporando) enquanto outras partes estão crescendo (condensando). A maior parte da água condensada nas nuvens não cai como precipitação porque sua velocidade de queda não é grande o suficiente para superar correntes ascendentes que apoiam as nuvens. Para que a precipitação aconteça, primeiro pequenas gotículas de água devem condensar em partículas ainda menores de poeira, sal ou fumaça, que atuam como um núcleo. Gotículas de água podem crescer como resultado de condensação adicional de vapor de água quando as partículas colidem. Se ocorrem colisões suficientes para produzir uma gota com uma velocidade de queda que excede a velocidade das correntes ascendentes da nuvem, então ela vai cair da nuvem como precipitação. Isso não é uma tarefa trivial uma vez que milhões de gotículas de nuvem são necessárias para produzir uma única gota de chuva.[5]


Referências

  1. The Water Cycle pela U.S. National Aeronautics and Space Administration. Atualizado: 24 de julho de 2010.
  2. Morris, Henry M., The Genesis Record. Grand Rapids MI: Baker Books, 1976. p.84.
  3. 3,0 3,1 Mitchell, Tommy, There Was No Rain Before the Flood (Arguments Christians Should Not Use). Ministério Answers in Genesis.
  4. Batten, Don, Catchpoole, David, Sarfati, Jonathan, e Wieland, Carl, Noah’s Flood—what about all that water?. The Creation Answers Book, capítulo 12.
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 Summary of the Water Cycle U.S. Geological Survey. Atualizado 14 de abril de 2010.