Protestantismo

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Estátua de Martinho Lutero em Speyer, cidade onde a Dieta de Speyer ocorreu.

O Protestantismo abrange as formas de fé e prática cristãs que tiveram origem com as doutrinas da Reforma. O termo é derivado do Protestatio entregue por uma minoria de delegados contra a Dieta de Speyer (1529), que aprovou uma lei que se opunha aos luteranos.[1] Desde esse tempo, o termo foi usado em muitos sentidos diferentes, mas não como o título oficial de qualquer igreja, até que foi ele assumido em 1783 pela Igreja Protestante Episcopal nos Estados Unidos, o ramo Americano da Comunhão Anglicana. Mais amplamente, o protestantismo é o cristianismo ocidental que não está sujeito à autoridade papal.

Princípios fundamentais

As doutrinas da Reforma podem ser resumidas como:

  • A rejeição da autoridade papal
Este princípio implica na rejeição do primado do Bispo de Roma. A Igreja Ortodoxa Oriental admite a primazia do Bispo de Roma a ser apenas um de maior honra, tratando-o como "primus inter pares" ("primeiro entre iguais"). Os protestantes argumentam que Mateus 16:18-19 não apoia uma autoridade suprema dada a Pedro e que as chaves não foram dadas apenas a Pedro, mas a toda a igreja (Mateus 18:18 ). Esse princípio é representado pelo slogan em latim Solus Christus, que significa "somente Cristo".
Algumas doutrinas fundamentais da Igreja Católica são rejeitadas pelos protestantes tais como a transubstanciação, o purgatório, a veneração e a oração a santos (slogan em latim: Soli Deo Gloria, que significa "Glória Somente a Deus"), entre outras.
  • O sacerdócio de todos os crentes
O sacerdócio universal dos crentes implica o direito e a obrigação dos cristãos leigos não só de ler a Bíblia em língua vernácula, mas também de participar no governo e nos assuntos públicos da igreja. Todos os cristãos, em virtude de seu batismo, são sacerdotes e o acesso a Deus não é controlado por um sacerdócio hierárquico.[2]
  • A primazia da Bíblia como a única fonte da verdade revelada
A doutrina de que a Bíblia contém todo o conhecimento necessário para a salvação e a santidade é conhecida pela expressão Sola Scriptura, que significa "somente as Escrituras". O Sola Scriptura é o princípio sobre o qual a Bíblia tem primazia diante da tradição legada pelo magistério da Igreja, quando os princípios doutrinários entre esta e aquela são conflitantes. Somente as doutrinas encontradas diretamente nas Escrituras ou indiretamente usando-se dedução lógica válida ou raciocínio dedutivo válido a partir das Escrituras são para serem admitidas ou confessadas pelos membros das igrejas protestantes.
  • A crença na justificação pela fé somente.
O princípio de que a salvação vem pela graça através da fé em Jesus como o Cristo, e não através de boas obras. Este princípio é conhecido pelo termo em latim Sola Fide, que significa "somente pela fé". Um slogan relacionado a este princípio é a expressão Sola Gratia, que significa "pela graça somente".

Os Reformadores

Martinho Lutero e os reformadores de Wittenberg (ca. 1543, óleo sobre painel) por Lucas Cranach, o Jovem (1515-1586)

Martinho Lutero

Lutero (1483-1546) foi um monge agostiniano alemão, padre católico, e professor de teologia que foi o iniciador da Reforma Protestante.

Em 1517, Johann Tetzel começou a vender indulgências próximo a Wittenberg, na Alemanha, para arrecadar dinheiro para a construção da Igreja de São Pedro em Roma e pagar as dívidas pessoais do Príncipe Alberto de Brandemburgo.[3] Afirmou-se que a compra dessas indulgências era suficiente para tirar uma pessoa do purgatório.[4] Em resposta, Lutero escreveu as "95 Teses", ou 95 objeções ao ensino católico romano.

Lutero estava atormentado por pensamentos de que ele não era reto o suficiente para obter a salvação. Porém, enquanto lia as epístolas de Paulo, ele percebeu que a justificação vem da graça de Deus apenas e era recebida pela fé.

Após ser excomungado da Igreja Católica Romana em 1521, Lutero traduziu o Novo Testamento do Grego para o Alemão e se tornou o líder de uma nova igreja.

Ulrico Zuínglio

Zuínglio (1 de janeiro, 1484 - 11 de outubro, 1531) pertenceu à primeira geração de reformadores. Seu pai era um fazendeiro e chefe magistrado de Wildhaus. Zuínglio primeiro levantou a questão da Reforma quando declarou que o pagamento do dízimo pelos fiéis não era da autoridade divina e que era uma questão voluntária.[5]

João Calvino

Guillaume Farel, João Calvino, Théodore de Bèze, John Knox representados na parede da Reforma, em Genebra, Suíça.

Calvino (1509-1564) foi um teólogo francês-suíço. Seus escritos, incluindo as Institutas da Religião Cristã (1536), tiveram uma grande influência na teologia Protestante.[6] Suas ideias influenciaram John Knox, que liderou a reforma escocesa.[6]

Em 1541, Calvino estabeleceu um governo em Geneva, na Suíça, liderado por presbíteros.[6]

Referências

  1. Latourette, Kenneth Scott. A History of Christianity: Reformation to the Present. Peabody, MA: Prince Press, 1997. p. 727. 2 vol. vol. 2. ISBN 1-56563-329-6
  2. González, Justo L. The Story of Christianity: The Reformation to the Present Day. New York: HarperCollins Publishers, 2010. p. 52-53. vol. II. ISBN 978-0-06-185589-4
  3. Mosse, George L. "Luther, Martin". In The World Book Encyclopedia. Chicago, IL: Field Enterprises Educational Corporation. 1963.
  4. Lutero, Martinho. Tese 27. 95 Theses., 1517.
  5. Cairns, Earle E. Christianity Through the Centuries: A History of the Christian Church. 3ª ed. Grand rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1996. p. 294. ISBN 0-310-20812-2
  6. 6,0 6,1 6,2 Mosse, George L. "Calvin, John". Na The World Book Encyclopedia. Chicago, IL: Field Enterprises Educational Corporation. 1963.